O presidente do Sindicato dos Médicos da Região Sul Catarinense (Simersul), Dr. Licínio Argeu Alcântara, participou da 12ª edição do Fórum de Ética Médica do Conselho Regional de Medicina de SC (CRM-SC), realizado nos dias 9 e 10 de agosto, em Florianópolis. Um dos destaques do evento foi a participação do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. O Sindicato dos Médicos do Estado de Santa Catarina (Simesc) também esteve presente no encontro.

O ministro fez um panorama geral sobre a saúde no Brasil, contextualizou os problemas encontrados pela nova gestão do governo federal e as primeiras medidas tomadas para dar ao cidadão e aos profissionais da saúde o melhor que o governo pode realizar. “Agora é hora de acordar e começar a torcer e trabalhar pelo Brasil. A eleição já acabou”, destacou Mandetta.

Sobre as escolas médicas, o ministro fez uma reflexão importante. “Em 10 anos teremos médicos endividados (por conta dos financiamentos do Fies para que possam cursar as faculdades privadas), malformados – porque o ensino privado não tem o mesmo padrão do público, e com um canudo na mão. Saltamos de 14 para 35 mil médicos formados ao ano e as vagas para residência médica não acompanharam. O que está sendo formado de material humano, e não só na medicina, porque teremos que também aumentar o número de enfermeiros, técnicos de enfermagem e farmacêuticos, cursos que estão sendo oferecidos à distância, terá que ser recapacitado”, alertou.

O ministro Mandetta destacou também a importância de repactuação das responsabilidades na gestão da saúde. “O controle dos pacientes passará a ser por CFP muito breve. Assim, poderemos saber onde ele foi atendido e identificar os principais problemas de saúde de cada região”, orientou.

O programa Saúde na Hora também foi comentado. “É uma possibilidade da medicina de acordo com a necessidade da população. É a chance do cidadão ir ao médico após o horário de trabalho. Hoje ele vai à UPA à noite e ao finais de semana porque o posto de saúde fecha para horário de almoço e também não funciona sábado e domingo. Quando o prefeito tem a possibilidade de alterar os horários, há a chance de ampliar o atendimento”.

Para o ministro, o programa Médicos pelo Brasil resolverá graves problemas da saúde das regiões com IDH baixos e onde o médico não fixa atuação. “Não há critério político para a escolha dos locais e sim, critérios técnicos. É muito fácil colocar um jaleco em uma pessoa e colocar ela para atender nesses lugares remotos. Eles não sabem nem o que é um médico. Menos para nosso governo. Queremos médicos qualificados em saúde da família para atender o nosso cliente, que é o cidadão. Nossa luta agora é no Congresso, onde o projeto já tem quase 400 propostas de emendas”.

Para finalizar, Mandetta lembrou que o trabalho é sério. “Não que isso seja mérito, mas em oito meses de governo não tivemos um caso de corrupção no novo governo. E isso precisa ser dito”.

Carreira de médico
Acompanhando do presidente da Associação Catarinense de Medicina (ACM), Ademar José de Oliveira Paes Jr, o presidente do SIMESC, Cyro Soncini reforçou a importância dos médicos apoiarem nesse momento o programa Médicos pelo Brasil.

“A carreira de estado continua sendo nossa proposta histórica, mas nesse momento temos que abrir mão desse propósito e apoiar o programa Médicos pelo Brasil”, destacou, reforçando que o Conselho Superior das Entidades Médicas (Cosemescc), manifesta-se em apoio à proposta e irá estudar as propostas de emenda e conversar com os parlamentares catarinenses sobre os encaminhamentos que entender positivos para complementar a ideia.

Ademar falou sobre a transformação do mercado de trabalho. “A sociedade incorpora diariamente novas tecnologias, colocando o médico com necessidade de atualização além da formação para poder se manter no mercado”, disse.

“Também apoiamos, porém acreditamos que a proposta ainda precisa ser discutida e que possa haver emendas. É um bom projeto que, possivelmente irá levar assistência médica às áreas mais remotas e valoriza bem mais o trabalho médico, já se aproximando bastante da criação da Carreira de Estado”, destaca o presidente do Simersul.

O evento também tratou os assuntos: vacinas, saúde mental do médico, síndrome de Bournout, requisição de prontuário por delegados, promotores e juízes, o futuro do exercício da medicina, telemedicina, publicidade e mídia social e a relação entre o médico assistente com o autorizador e regulador.

Com informações da assessoria de imprensa do Simesc
Deize Felisberto
Assessoria de Imprensa Simersul